Cidades europeias assumem um novo papel no Turismo urbano após a Covid-19

Cidades europeias assumem um novo papel no Turismo urbano após a Covid-19

O lançamento da principal referência do marketing do Turismo das cidades europeias - o Relatório de Benchmarking sobre Marketing das Cidades Europeias 2020-2021 (ECM) - demonstra o imenso impacto da pandemia no Turismo urbano europeu. A 17ª edição deste Relatório da ECM (European Cities Marketing) inclui 107 cidades europeias e apresenta resultados a partir de 2020. Até então, as cidades lideravam claramente a indústria turística europeia e, no seu conjunto, os destinos membros da ECM representavam 690 milhões de dormidas turísticas em 2019 (Relatório de Benchmarking ECM, 2020). Durante anos, o Turismo urbano tem sido a área mais dominante e dinâmica do Turismo europeu.

O ano de 2020 constituiu o ponto de ruptura para o Turismo citadino europeu, mas apesar das contingências relacionadas com a pandemia, as 3 cidades que lideram a lista anterior continuam neste relatório a ser as mesmas. Como esperado, 2020 foi um ano turbulento para a indústria do Turismo devido à pandemia COVID-19 que dominou todas as facetas das nossas vidas. O Relatório ECM determinou que as cidades incluídas no relatório atingiram uma diminuição média do Turismo de 60,9%, o que está longe da taxa de crescimento do ano anterior (2019) de 4,3%.

Apesar de um ano desafiante, as três principais cidades em termos de total de dormidas em estabelecimentos hoteleiros em 2020 mantiveram-se as mesmas do ano anterior: Londres, Paris, e Berlim. Entre as 15 primeiras, Estocolmo e Hamburgo apresentaram as menores quebras em 2020, o que levou a uma expressiva melhoria das suas classificações a partir de 2019: Estocolmo passou do 13º para o 6º lugar e Hamburgo do 12º para o 7º.

Os mercados de longo curso são, de longe, os mais afectados

Observando os principais mercados de origem europeus, é evidente que todos eles registaram grandes diminuições. Os mais afectados foram os mercados de longo curso, o que era expectável devido a restrições de viagem em tempos de pandemia: China (-88,9%), Estados Unidos (-88,2%) e Japão (-84,8%).

Não surpreende que as cidades europeias tenham sido mais atingidas do que os países ou regiões

Embora em 2019 houvesse provas claras do significado económico do Turismo urbano contemporâneo, o ano passado mostrou uma taxa de crescimento anual média negativa nas dormidas de não residentes tanto nas cidades que constam no Relatório ECM (-77,0%), como nos 28 países da UE (-57,8%).

As cidades também diminuíram muito mais do que as regiões (-68,5% versus -32,6%) em termos de volume total de dormidas. Uma análise mais aprofundada revela que a taxa média de crescimento do número de camas nas cidades referenciadas no Relatório ECM foi de -5,0% em 2020. Em relação à taxa de ocupação-cama, a média de referência foi de apenas 21,3%. Ao contrário dos anos anteriores, o Inverno (ou seja, período pré-pandémico) foi a estação mais movimentada, com uma média de 1,67 dormidas por hóspede e por cama.

De facto, na Europa localizam-se as cidades e regiões mais visitadas do mundo e, ao mesmo tempo, possui alguns dos principais mercados emissores. O impacto é não só económico mas também social, afectando a subsistência dos trabalhadores e fornecedores do sector do Turismo e dos transportes, bem como das suas famílias, provocando deste modo um grande impacto em comunidades inteiras. Os destinos são todos atingidos, independentemente da sua dimensão, localização geográfica, atractividade, e a sua reputação como lugares seguros é colocada fortemente em causa.

Ainda assim, o sector do Turismo encontra-se numa posição privilegiada para contribuir para a concepção de planos e executar acções que visem uma vasta recuperação. Apesar deste cenário desafiante, os Organizações Gestoras de Marketing dos Destino (DMO - Destination Marketing Organisations) estão quase totalmente de acordo que a crise conduzirá no futuro a viagens e a um Turismo mais sustentável (89% responderam ao inquérito de 2020 da “ECM DMO Funding Survey 2020 “, referindo que “concordam parcial ou completamente”. Além disso, a maioria das DMO considera que a crise reforçou a sua influência política.

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22 Outubro 2021