Atenção: Situação na Europa não está fácil 

Atenção: Situação na Europa não está fácil 

O Verão e as temperaturas altas aproximam-se e a tentação da circulação é muita, mas o panorama para os governos na Europa é de muita incerteza e por vezes bastante contraditória.

Vários países europeus, como Itália, França e Alemanha, registam um considerável aumento de medidas restritivas com confinamentos mais rígidos da população. Entretanto, os hoteleiros italianos ficam indignados ao descobrir que viagens para o exterior são permitidas durante as férias da Páscoa, enquanto o país está praticamente confinado e as actividades fechadas, e há proibição de circulação entre regiões.

Em França, a saturação das unidades de cuidados intensivos tem levado o sector da saúde a levantar a voz para exigir do Presidente da República, Emmanuel Macron, um “verdadeiro confinamento” que permita reduzir a pressão a que estão submetidos. Enquanto aguardam que a estratégia de vacinação se traduza numa desaceleração da epidemia, a observação é clara: sem medidas mais restritivas, não existe outra opção senão transferir os pacientes para regiões menos afectadas, abrir mais camas de reanimação ou seleccionar os doentes que podem ser atendidos.

Após mais uma vez rectificar as regras, a Alemanha mostra-se algo desorientada, o que não é normal, voltando a exigir a partir desta terça-feira, um teste de coronavírus negativo para quem chega de avião ao país, enquanto a chanceler Ângela Merkel defende a restrição de movimentos internos e estuda com os "Länder" uma forma de implementar de forma consistente as medidas. Todavia, apesar de restringir movimentos internos, não evita viagens internacionais, nomeadamente uma avalanche de reservas para as Ilhas Baleares em Espanha.

Espanha prorrogou ontem até 30 de Abril a restrição temporária de viagens não essenciais de países terceiros à União Europeia e países associados ao espaço Schengen europeu, devido à COVID-19, mas possibilita a entrada em massa de turistas europeus em especial com origem em França e Alemanha.

Em Portugal não é permitida a circulação entre concelhos, mas alguns portugueses aproveitaram as férias da Páscoa para viagens internacionais para destinos exóticos.  

Se por um lado os países avaliam o impacto económico das restrições às viagens internacionais, por outro, os governos querem a todo o custo evitar uma 4ª vaga. Segundo um relatório recente do sector aéreo britânico, se não existir uma reabertura limitada de voos internacionais a partir de Maio, o Reino Unido terá "um impacto classificado como “catastrófico", mas prevê-se que será uma factura ainda mais pesada se a reabertura for adiada até Setembro.

Segundo este documento, “ Não poder reabrir o país à União Europeia causaria um enorme prejuízo, e se a este somarmos as restrições para os Estados Unidos, limitando as ligações aéreas transatlânticas até Setembro, estima-se que custaria 2,4 biliões £ (2.800,3 milhões de euros), ou seja 23 milhões de libras (26,9 milhões de euros) por dia, colocando 51.600 empregos em risco", note-se que o Reino Unido é um dos principais países emissores de turismo e esta situação terá seguramente um impacto significativo nos destinos turísticos europeus.

 

30 Março 2021