UE vai discutir os passaportes de vacinação para reanimar o turismo

UE vai discutir os passaportes de vacinação para reanimar o turismo

Os dirigentes da União Europeia vão acordar, nesta quinta-feira, trabalhar na forma de obter certificados de vacinação, denominados passaportes de saúde, para cidadãos da UE vacinados contra a COVID-19.

O objectivo é reactivar a livre circulação entre os estados membros, numa tentativa de ressuscitar o turismo no continente europeu, e possibilitar deste modo salvar Verão de 2021.

A Grécia foi o estado que lançou a iniciativa. Os Estados Unidos da América também poderão estar incluídos ao estabelecerem um instrumento semelhante.

Segundo informações da Reuters , as autoridades europeias estão a analisar as diferentes alternativas para reactivar o sector das Viagens e Turismo na Europa. Os confinamentos decretados para conter a pandemia no ano passado causaram a recessão económica mais profunda da história da UE, o que afectou especialmente os países do sul da Europa, cujas economias dependem grandemente do turismo.

O governo dos Estados Unidos está a considerar a criação de uma proposta deste tipo, depois do presidente Joe Biden ter assinado recentemente uma ordem executiva onde se questionava as agências governamentais sobre a forma como deve ser inserido um certificado de vacina contra o coronavírus num banco de dados digital.

Não apenas governos e companhias aéreas estão interessados ​​em implementar esse tipo de programa, mas também a industria dos cruzeiros marítimos, agências de viagens, organizadores de eventos e espectáculos  ao vivo entre outros.

A nível europeu, a Grécia propôs há semanas atrás a implementação deste 'passaporte de saúde' comum, uma ideia que não prosperou devido à aposição liderada pela Alemanha e pela França, mas mais recentemente tem vindo a ganhar apoios. 

Como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apoiou a ideia, o debate na Europa vai colocar em confronto governos cujas economias dependem do turismo contra aqueles que argumentam que um certificado de vacinação discriminaria aqueles que não foram vacinados, facto este que provoca relutância na França e a Alemanha.

Com a aprovação de mais vacinas COVID-19 e a vacinação de mais pessoas nos estados membros da UE e países parceiros do espaço Schengen, a urgência para restaurar as viagens para os vacinados também aumentou. Entretanto, vários países já estão a tomar as suas próprias decisões, como o Chipre, Dinamarca, República Checa, Estónia, Hungria, Islândia, Polónia, Portugal, Eslováquia, Suécia e Itália, onde o sector das Viagens e Turismo está a pressionar fortemente os governos

De acordo ainda com a Reuters, a UE considera necessário trabalhar nos detalhes, incluindo se deve ser ou não em formato digital . Para que as iniciativas que estão a ser desenvolvidas sejam aceites, deve ser tornado publico a que nível se encontra o processo de imunização com duas doses de vacinação.

A UE está a trabalhar com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) para retomar as viagens aéreas em conjunto com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Mas, viajar com certificados também levanta questões legais, porque os estados mais atrasados na vacinação podem argumentar que a sua liberdade de circulação está  injustamente a ser posta em causa e pode durar meses. Segundo fontes da EU, também tem de ser considerado o facto de ainda não haver orientações da OMS e das agências da UE sobre se as pessoas que receberam as duas doses da vacina COVID-19, ainda podem ser portadoras do vírus, e infectar outras pessoas, mesmo que já não sejam vulneráveis. Também não está claro, se as pessoas podem manter-se infecciosas após terem contraído a doença, por quanto tempo podem permanecer imunes, e se também devem ser certificadas como vacinadas.

Aponta-se para a necessidade de se ter mais tempo para se chegar a um acordo comum, mas o tempo é curto para os países do Sul da Europa, onde o sector hoteleiro e turístico, em geral, precisa saber como se deve preparar nos próximos meses, assim como as  companhias aéreas.

 

 

25 Fevereiro 2021