Transporte Aéreo: Criatividade no Pagamento do Voo
Apesar do levantamento de diversas restrições, a confiança dos consumidores foi afectada devido às mudanças ou cancelamentos repentinos nas viagens, que originou inúmeros constrangimentos nos reembolsos das viagens. Tendo em consideração a paralisia do sector do transporte aéreo em 2020, primeiro ano da pandemia COVID-19, e os milhões de voos que foram cancelados, um dos grandes temores que se instalou entre os viajantes é que a situação se repita novamente devido às novas variantes. Uma recente pesquisa global efectuada pela GDS Amadeus, mostra que 81% dos passageiros que responderam ao inquérito consideraram o maior risco ou barreira para voltar a viajar este ano o “cancelamento dos voos”, e a "incerteza sobre o reembolso das viagens canceladas". Nesta nova pesquisa realizada pela Opinium a 5.000 viajantes em todo o mundo, em nome da Amadeus durante o mês de Maio de 2021 com base em igual número de viajantes/inquiridos, da França, Alemanha, Malásia, Reino Unido e Estados Unidos, que apresentava como pressuposto base para participação no estudo que os entrevistados tivessem viajado antes da pandemia pelo menos três vezes por ano foi possível perceber que, para além do destaque do impacto que a 'incerteza de reembolso' gera, quase metade teme não receber reembolsos (46%) das viagens e um pouco menos receia o incómodo que o processo de reembolso provoca (38%).
Governos e agências de viagens têm insistido junto das companhias aéreas, exigindo a devolução desses valores. As principais operadoras europeias estão a oferecer soluções inovadoras para aumentar a confiança dos clientes, como "pagar quando voa" ou "parcelar o pagamento" para evitar um processo moroso de reembolso.
No ano passado, devido às restrições impostas para conter a propagação do vírus, um número elevado de cancelamentos de voos, com a consequente quebra nas receitas das companhias aéreas, causaram problemas nos reembolsos aos viajantes, levando a procedimentos longos, demorados e durante vários meses. Para preservar a liquidez das companhias aéreas, foram oferecidos “vouchers” que poderiam ser usados em futuras viagens, mas a falta de clareza sobre o levantamento das restrições governamentais criou grande incerteza aos viajantes quanto ao momento da sua e utilização, levando muitos deles a tentar resgatar o seu valor.
Por esta razão, várias companhias aéreas europeias estão a tomar iniciativas proactivas de modo a reduzir a incerteza sobre o reembolso das viagens através da introdução de novas opções de pagamento inovadoras. Uma grande empresa europeia assumiu a liderança com a opção 'Pay When You Fly' (PWYF), que permite aos viajantes fazer uma reserva de voo (que também inclui hotel ou aluguer de automóvel), pagando um pequeno adiantamento (entre 10 e 15%) e depois o valor remanescente alguns dias ou semanas antes da viagem. Acreditam que através do PWYF será aumentada a confiança do viajante e pode até dar origem a valores de reserva mais elevados, porque os viajantes só precisam pagar o valor por saldar, quando estiver claro que o voo sairá conforme previsto. O viajante não assina qualquer contrato de crédito, e não é obrigado a pagar a totalidade do saldo ainda em dívida caso ocorra qualquer imprevisto. Por outro lado, em caso de cancelamento, a companhia aérea não enfrenta um grande número de processos de reembolsos. De acordo com o estudo da Amadeus, PWYF é a opção de pagamento mais atraente (39%) em comparação com os esquemas tradicionais de pagamento aquando da reserva (36%), e o novo 'Compre agora, pague depois' (BNPL) que exige que o viajante assine um contrato de crédito válido (24%).
07 Julho 2021