Tendências Geração Z ou Milénio: que mudanças pretendem para o futuro?

Tendências Geração Z ou Milénio: que mudanças pretendem para o futuro?

O Fórum Económico Mundial publicou um estudo onde perguntava aos jovens de todo o mundo (de espaços urbanos e rurais), que mudanças querem para o futuro. Durante o ano passado, a comunidade Global Shapers do Fórum Económico Mundial organizou entrevistas e inquéritos aos jovens onde perguntava aos jovens que mudanças querem para o futuro, as questões mais prementes que a sociedade, o governo e as empresas enfrentam.

Paralelamente, o Manifesto Milenar oferece um modus operandi aos jovens enquanto se mobilizam e ajustam ao período actual e pós-COVID.

Este estudo, entre questionários respondidos e entrevistas efectuadas, envolveu mais 20.000 jovens de 187 países. Deste estudo, saíram um conjunto de 40 recomendações políticas sobre 10 questões-chave para ajudar os decisores políticos a integrar as vozes da próxima geração, que foi publicado por esta organização num denominado Plano de Recuperação da Juventude.

Constatamos que 15% da população mundial actual - cerca de 1,2 mil milhões de pessoas - têm idades compreendidas entre os 15 e 29 anos. O mundo fica cada vez mais jovem (mas desigual em algumas regiões do planeta), e estima-se que mais 10 mil milhões de pessoas irão nascer neste século. Este crescimento exponencial continuará a ser desigual, com concentração em países mais populosos e menos desenvolvidos, resultando em mais necessidade de alimentação, mais jovens para educar e mais empregos para proporcionar. A pandemia da COVID-19 tem afectado desproporcionadamente os jovens, e especialmente as mulheres jovens e raparigas. Tem perturbado a sua educação, a sua formação, os seus empregos, as suas relações e a sua saúde mental.

Que mudanças querem os jovens? Apresentamos em síntese o plano de recuperação dos jovens nas suas 10 questões-chave, que estiveram presentes em mais de 50% das respostas e entrevistas realizadas:

1. O consumismo consciente

As actuais taxas globais de consumo exigem recursos de cerca 1,6 vezes o que a planeta possui. A este ritmo, arriscamo-nos a esgotar os sistemas de suporte de vida do nosso planeta que nos fornecem água fresca, alimentos nutritivos e ar limpo.

2. Acesso digital

Necessidade de um amplo plano de acesso digital que chegue de forma acessível a mais de 80% da população mundial na Internet, que impedirá a supressão das liberdades dos cidadãos. Devem ser monitorados indicadores de conectividade para colocar a desigualdade digital no topo da agenda global.

3. Literacia digital: Atacar a desinformação

Programas de reforço da educação e capacitação para ajudar os cidadãos a identificar melhor as notícias falsas.

4. Democracia com futuro

Uma Convenção Global para a Segurança Cibernética, para defender a integridade dos sistemas políticos, e reforço de leis contra os monopólios dos media para proteger as liberdades democráticas.

5. Trabalhos inclusivos e redes de segurança social

Quase metade da força de trabalho global está em risco de perder os seus meios de subsistência, sendo os mais gravemente afectados os trabalhadores pobres, os jovens, as mulheres e as minorias.

6. Cuidados mentais

Governos devem garantir o acesso universal aos serviços de saúde mental, que será um dos principais problema da população mundial.

7. Zero Emissões: Limitar o aquecimento global a 1,5°C

Incentivar os governos a investir nas comunidades que se encontram em risco mais elevado devido às alterações climáticas.

8. ESG (sigla inglesa referente a Desenvolvimento Social e Governação) da próxima geração: Investidores e demais partes interessadas

Os governos devem implementar políticas e regulamentos adequados às grandes empresas tecnológicas, competindo às universidades assegurar que a literacia do Desenvolvimento Social e Governação seja integrada nos currículos, quer empresariais quer nos tecnológicos.

9. Acesso equitativo aos cuidados de saúde em todo o mundo

Os líderes mundiais devem salvaguardar o acesso equitativo aos testes, tratamentos e vacinas da COVID-19, e que os governos devem dar prioridade às necessidades imediatas dos trabalhadores da saúde e das suas famílias.

10. Segurança pública

As políticas de segurança pública envolvem repensar o sistema educacional, a política de drogas, o combate ao racismo estrutural, que tem como alvo os negros e os gostos das pessoas pobres.

27 Agosto 2021