Tendências: A pandemia e a transformação do viajante frequente em hóspede frequente

Tendências: A pandemia e a transformação do viajante frequente em hóspede frequente

Os dados recentemente publicados pela TransferConnect (rede tecnológica que possibilita aos bancos em 40 mercados internacionais ligarem-se a 50 grandes comerciantes, dando acesso a transformação/transferências de pontos em tempo real para 1,2 mil milhões de consumidores em todo o mundo), revelaram um conjunto de informações inovadoras para o sector das Viagens e Turismo, que mostram o volume de troca de moeda dos bancos directamente relacionados com as entidades que usam o sistema “passageiro frequente”, onde se analisa esta cadeia de valor multimilionária de compensações bancárias que, tal como o resto da economia, tem sido afectada pela pandemia, mostrando agora para onde se dirige a recuperação das viagens nos próximos meses.

Quando a COVID-19 paralisou pela primeira vez, as viagens globais em Março de 2020, os consumidores bancários que também são passageiros frequentes das companhias aéreas, deixaram naturalmente de transferir/transformar os seus pontos acumulados para milhas a voar. Este tipo de transacção caiu de forma abrupta - mais de 80% durante um período de 60 dias.

No entanto, os clientes continuaram a ganhar benefícios/bónus bancários, porque mantiveram-se inalterados nos seus gastos diários com cartões à medida que a pandemia evoluía, com saldos crescentes de pontos à espera de serem utilizados. O ano de 2021 mostrou um momento de viragem, à medida que as notícias sobre o progresso da vacinação a nível mundial despoletaram a possibilidade de se voltar a viajar, mostrando uma retoma na conversão dos pontos em milhas a voar. Desde Março de 2021, esta actividade de transferência acelerou e o valor tem-se mostrado consistente em diversas regiões do mundo, sendo especialmente pronunciado no mercado dos EUA, onde o volume de pontos bancários trocados em milhas pelos passageiros frequentes ultrapassou os níveis pré-pandémicos, a partir de Abril de 2021, e desde aí continua a sua trajectória ascendente.

Para além destes fortes sinais de retorno da confiança dos consumidores nas viagens aéreas, a análise revela também que as cadeias de hotéis aproveitaram a pandemia para aumentar de forma sustentável a sua quota-parte nestas compensações. Após o início da crise, a transformação destes pontos em estadas hoteleiras ganharam naturalmente expressão, uma vez que os consumidores foram forçados a optar por férias nos mercados domésticos. Os pontos de hotel representavam menos de 10% do volume de transferências monetárias em 2019, aumentando três vezes em Março de 2020 para 30%. O que se mostra mais notável é que esta mudança de comportamento persistiu em 2021, mesmo durante os últimos meses de recuperação, indicando que as cadeias aumentaram de forma sustentável o seu nível de envolvimento com os clientes no que concerne a programas de fidelização.

14 Julho 2021