Perspectivam-se mudanças no transporte aéreo de passageiros na Europa
No sector do transporte aéreo, as transportadoras de baixo custo como a Ryanair e a Wizz Air estão a preparar-se para intensificar a concorrência de forma cada vez mais intensa nos céus da Europa. Ambas as companhias aéreas encomendaram centenas de jactos adicionais para os próximos anos, que no caso da procura se mostrar insuficiente poderão oferecer viagens a preços baixos e com desconto a partir de 5 euros por bilhete.
Quando até há bem pouco tempo o foco destas empresas eram as curtas e médias distâncias, o Director Executivo da Wizz, József Váradi, identificou que tem definitivamente em vista rotas de longo curso, onde jactos mais pequenos, como o Airbus A321XLR, com um tempo de voo de até onze horas, serão capazes de oferecer consideravelmente mais rotas nos próximos anos do que até agora. Esta nova aposta tornará possíveis voos internacionais a partir de aeroportos mais pequenos e poderá criar uma competição séria para as grandes transportadoras aéreas como a Lufthansa, British Airways e Air France, etc..
Estão em vias de, em breve, compensarem as quebras motivadas pela pandemia com um aumento da oferta de voos passando dos actuais 60% para uma média de 80%, valores estes tendo como referência os níveis pré-crise pandémica. Uma das companhias activas na Europa durante a crise foi a Turkish Airlines, que expandiu a sua oferta através do novo hub localizado perto de Istambul. Inicialmente, a abertura dos EUA aos cidadãos da UE foi útil para todos, enquanto, por outro lado, ninguém sabe quando os destinos importantes na Ásia irão reabrir.
A Associação Internacional dos Transportadores Aéreos - IATA está a tornar-se cada vez mais eloquente nas suas dúvidas sobre a eficácia das restrições de viagem, que não conseguiram evitar novas ondas de infecções nos últimos meses, mas causaram danos consideráveis e duradouros à indústria do transporte aéreo de passageiros. "O risco não é das viagens aéreas, o risco está na comunidade", disse o Presidente da IATA Willie Walsh.
Redução das Emissões de Gases com Efeito de Estufa
Quando os operadores turísticos promovem as viagens ficam actualmente perante questões muito complexas – as alterações climáticas mostram-se difíceis de gerir na actividade turística, porque voos, cruzeiros e viagens de carro, contribuem todos para o aumento das emissões nocivas para o ambiente. Entre outras soluções a IATA propõe: fornecer para todas as viagens um valor da pegada de CO2, que pode ser rastreável, para que os viajantes saibam antes de reservar a pegada ecológica que a sua viagem irá causar. Os clientes devem ser aconselhados sobre como minimizar a emissão de gases com efeito de estufa e que opções de compensação estão disponíveis.
Antje Monshausen, da Tourism Watch at Bread for the World, no entanto, acredita que os operadores turísticos têm o dever, acima de tudo quando se trata de conceber as suas ofertas, de "Declarar a pegada de CO2 que uma viagem provoca o que se mostra eticamente correcto, mas o factor decisivo é a redução significativa das emissões nocivas para o ambiente". Como esta informação poderá influenciar a decisão de compra dos consumidores, os operadores turísticos devem também começar a oferecer outros produtos como rotas de médio curso na Europa, ou por exemplo, o aumento das viagens de comboio, e até um sistema misto (avião + comboio).
22 Dezembro 2021