OMT no G20: Colocar as pessoas e as Micro, Pequenas e Médias Empresas no centro da recuperação do turismo

OMT no G20: Colocar as pessoas e as Micro, Pequenas e Médias Empresas no centro da recuperação do turismo

OMT, a Presidência indonésia do G20 e o Grupo de Trabalho do Turismo do G20 colaboraram durante o ano passado na elaboração das Linhas de Orientação do G20 para o Fortalecimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MSME) e Comunidades Locais como Agentes de Transformação no Turismo, por ocasião da Reunião dos Ministros do Turismo do G20 em Bali.

As Linhas de Orientação fornecem directrizes para a definição de políticas essenciais que podem gerar Micro e Pequenas Empresas e comunidades resilientes e sustentáveis, abrangendo cinco pilares chave:

01. Capital Humano;

02. A inovação, a digitalização e a economia criativa;

03. Mulheres e capacitação dos jovens;

04. Acção climática, conservação da biodiversidade, economia circular, e

05. Política, governação e investimento.

Também elaboram mais de 40 estudos de casos provenientes de membros do G20 e países convidados, focados na promoção de MPME e das comunidades locais

Acelerar a acção positiva

Dirigindo-se à Reunião de Ministros do Turismo do G20, o Secretário-Geral da OMT, Zurab Pololikashvili, afirmou: "O nosso sector já recuperou quase 60% dos níveis pré-pandémicos. Contudo, estamos a ficar para trás nos nossos esforços para alcançar os objectivos de acção climática do Acordo de Paris. Também estamos atrasados no progresso para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável".

"O turismo pode ajudar-nos a voltar ao bom caminho", mas precisamos de acelerar. Precisamos também de aumentar a nossa escala de intervenção. As MPME e as populações locais, que constituem a espinha dorsal do nosso sector, precisam de um forte apoio para serem agentes de transformação centrados no cidadão", acrescentou ele.

A Ministra do Turismo e Economia Criativa da Indonésia, Sandiaga Uno, declarou: "Estou verdadeiramente satisfeita por o Grupo de Trabalho de Turismo do G20 ter conseguido adoptar as Orientações de Bali do G20. As linhas de orientação incorporam uma série de boas práticas políticas nas cinco principais linhas de acção. Estas linhas de acção são essenciais para colocar o bem-estar holístico da população no coração da recuperação do turismo. Não desejamos que o turismo apenas se recupere, precisamos que ele sirva melhor as necessidades das nossas comunidades, criando bons empregos, fortalecendo os marginalizados e salvaguardando o nosso planeta, que são os objectivos visados pelas nossas Linhas de Orientação".

"Aplaudo sinceramente a OMT como o parceiro institucional chave da nossa presidência do G20 por trabalhar firmemente connosco para melhorar continuamente estas linhas de orientação", acrescentou a Ministra.

Competências, inclusão, sustentabilidade e governação

As directrizes focam-se, entre outros temas:

- desenvolvimento de políticas direccionadas baseadas no diálogo social, e na colaboração de múltiplos intervenientes para promover a educação e formação profissional;

- desenvolvimento de competências, e aprendizagem ao longo da vida da força de trabalho do turismo através do envolvimento da indústria e de parceiros tecnológicos;

- estimular o empreendedorismo, nomeadamente através de incubadoras de empresas de turismo, e promover a criação de empregos no turismo;

- fortalecimento das ligações entre o sector do turismo e as comunidades locais, encorajando a formação de parcerias com fornecedores locais;

- colmatar a lacuna da inovação e promover uma inovação responsável;

- desenvolver orientações para as MPME, de modo a permitir-lhes aceder à digitalização, melhorar os seus produtos e aumentar a sua produtividade através da economia criativa;

- assegurar a igualdade e não discriminação, com particular atenção aos jovens em situações vulneráveis, promovendo a aplicação dos princípios da igualdade de género e igualdade de oportunidades para todos os jovens no turismo, incluindo remuneração igual por trabalho de valor igual, participação igual e tratamento igualitário;

- implementar, no âmbito das respectivas políticas nacionais, práticas mais sustentáveis e amigas do ambiente; 

- e melhorar os dados turísticos, incluindo a utilização da BigData, a implementação de padrões estatísticos internacionais e o desenvolvimento de uma metodologia adequada para medir a Sustentabilidade do Turismo como política baseada em evidências, bem como facilitar a partilha de dados, em especial através de parcerias público-privadas.

A pesquisa desenvolvida pela OMT com os países do G20 para estas directrizes, destacam ainda a necessidade de enfrentar os desafios das MPME de falta de acesso ao financiamento, falta de acesso à inteligência económica e de mercado, incerteza do mercado, a volatilidade da força de trabalho, tendências e necessidades dos consumidores em mudança, e baixos níveis de inovação.

Para as comunidades locais, os desafios mais relevantes incluem a incerteza do mercado e as mudanças nas tendências dos consumidores, perdas (receitas geradas pelo turismo nas comunidades locais e que não ficam nas mesmas), falta de formação e competências, falta de infra-estruturas e governação adequadas, bem como dependência excessiva do turismo.

 

Fonte: UNWTO, News, 28 September 2022

29 Setembro 2022