O TURISMO NO METAVERSO ESTÁ PRESTES A CHEGAR
Será que o turismo no Metaverso (*) tem futuro? Embora pareça óbvio que nunca será capaz de substituir as emoções da verdadeira "viagem", o mundo virtual tem muito a oferecer.
"Sejamos claros, o Metaverso nunca será um substituto para o turismo", afirmou Sophie Lacour, responsável pelo Laboratório de Inovação Turística em Esthua (Universidade de Angers). Mas poderia constituir um complemento com enorme potencial, sendo esta uma opinião também partilhada pelos profissionais do turismo. O Metaverso será uma evolução do mercado, mas não será capaz de substituir a experiência de viagem, pelo menos não num futuro próximo.
Turismo Virtual, Interesse Real
Um estudo Intitulado Nova Economia da Experiência realizado pela Dynata analisou o turismo no Metaverso., através de um inquérito realizado a 11.000 consumidores em 11 países, tendo concluído que 40% dos inquiridos afirmaram estar interessados numa viagem virtual. 51% afirmaram mesmo terem sido tentados por uma visita virtual a um museu, galeria de arte ou exposição. Outro inquérito, realizado pela Accenture em 35 países com 24.000 inquiridos, confirma este interesse do público em geral por estas imersões virtuais.
Descobrir que 50% das pessoas estão interessadas em ver antecipadamente uma experiência de viagem, como uma estadia num hotel ou uma actividade de animação turística impulsiona o interesse na aplicação do Metaverso ao turismo. Este número sobe para 55% na “geração do milénio”. Em contraste, situa-se em apenas 29% na “geração baby boomers”.
As razões apontadas para escolher a viagem virtual podem ser numerosas: porque "não gosta de andar de avião", porque "prefere ficar em casa durante uma pandemia" ou por "motivo de doença", como "solução para deficiências na mobilidade", por possuir um "orçamento de férias restrito", ou para "evitar o cansaço de viagens longas porque se envelheceu".
" O Metaverso não encontrará necessariamente o seu interesse em mostrar somente lugares emblemáticos em 3D, mas antes intervirá em torno da própria preparação da viagem", assegura Sophie Lacour. Permitirá criar websites avançados, que facilitarão a preparação de uma viagem ao descobrir em pormenor os destinos turísticos e as experiências que oferecem antes da viagem. Em termos concretos, poderão ser apresentados aos potenciais clientes produtos turísticos compósitos, e até produzir ajustamentos personalizados no momento antes da aquisição de uma viagem de férias. Pode-se personalizar a viagem escolhendo antecipadamente o tipo de hotel e a sua localização, o tipo de quarto, as actividades de animação, os locais históricos a visitar, e até espectáculos disponíveis nos destinos turísticos. É uma imersão antecipada de umas férias sendo bem mais agradável do que uma escolha efectuada através de folhetos promocionais.
Turismo no Metaverso, uma aposta no futuro
Contudo, este sistema ainda é muito caro, porque a tecnologia ainda não está totalmente desenvolvida. Será provavelmente uma realidade daqui a cinco anos, mas não antes. Depois terá de se escolher em que Metaverso se concentrar. Existem 25 sistemas em estado avançado de desenvolvimento, 150 moderadamente desenvolvidos, e vários milhares que estão apenas a começar a aparecer. É difícil saber qual(is) estará(ão) na vanguarda nos próximos anos. Especialistas estimam que serão necessários cinco a dez anos para que o Metaverso comece a tornar-se dominante. Existem investimentos avultados sendo o mais conhecido o projecto que mudou o nome da empresa de Mark Zuckerberg de Facebook para Meta, sendo este apenas um dos muitos investimentos actualmente em desenvolvimento relacionados com o Metaverso.
(*) Metaverso é a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de "realidade virtual", "realidade aumentada" e "Internet"
Fonte: Tourism Review Media (2022)
05 Agosto 2022