O Turismo Internacional necessita dos fluxos dos grandes países: o caso do Sul da Ásia

O Turismo Internacional necessita dos fluxos dos grandes países: o caso do Sul da Ásia

O Turismo internacional, as viagens e os mercados de longa distância ainda estão a mostrar lentidão na retoma da actividade. Todos os relatórios internacionais das principais organizações mundiais do sector apontam esta mudança como factor determinante para o reinício na actividade. Um factor que tem desequilibrado o Turismo internacional é a diminuição dos fluxos turísticos dentro da região Ásia/Pacífico e desta para as demais regiões do globo.

Entretanto, os países do Sul da Ásia têm anunciado, um após outro, o regresso dos visitantes depois de um ano e meio de encerramento das fronteiras. Os turistas chineses são os que estão a ser mais sujeitos a campanhas de atracção pelos diversos destinos. Será que já se vislumbra um contexto de saúde mais favorável ou antes um imperativo para salvar a actividade turística?

A Indonésia acaba de reabrir Bali. A partir de 1 de Novembro, a Tailândia vai permitir que as pessoas vacinadas possam aceder às suas praias. Singapura, Malásia, Vietname, Índia, Sri Lanka, todos querem regressar gradualmente à actividade turística "pré-pandémica".

Os especialistas apontam diversas motivações/nuances subjacentes a cada abertura. Cada país tem as suas próprias razões para a reabertura, sejam elas sanitárias ou económicas. Em Singapura, onde a taxa de vacinação atingiu 80%, não se trata necessariamente de uma questão de retoma de actividades de lazer para os viajantes. O que as autoridades do país estão interessadas é trazer de volta o mundo dos negócios, que até agora se mantinha afastado.

Em outros países, como a Indonésia, não é a melhoria da situação sanitária que explica esta reabertura. A taxa de vacinação é muito baixa, é inferior a 30%. Aí, a vontade é claramente a de relançar a indústria do Turismo.

A dependência do Turismo varia consoante o destino

Deve ficar claro, no entanto, que esta tendência da Ásia Oriental não deve ser vista como uma questão pura e restrita de sobrevivência. De facto, o Turismo não é necessariamente a única fonte de rendimento nacional de cada país desta região. No caso da Indonésia, a indústria do Turismo pesa relativamente pouco e o país não depende muito desta. Por exemplo, no caso de Bali, o Turismo é muito importante para o orçamento deste destino, mas para a economia da Indonésia em geral, não tem grande expressão.

Em geral, todos os países do Sul da Ásia optaram por uma abordagem cautelosa no acolhimento dos visitantes. Progressividade e selectividade são as palavras-chave. Os países da região estão a reabrir a certos mercados de origem onde a taxa de vacinação é elevada, ou seja, países europeus, mas os turistas chineses também são bem-vindos.

Impacto dos visitantes chineses

Os turistas chineses são bastante importantes para as economias dos países do Sul da Ásia. No entanto, o Reino do Meio (ancestral designação da China), ainda impede a circulação transfronteiriça dos seus cidadãos. Há receios de que haja um novo surto da epidemia. A taxa de vacinação na China é elevada, mas a eficácia da vacina parece ser questionável. Os chineses não estão autorizados a viajar para o estrangeiro como habitualmente.

Esta política restritiva tem um impacto significativo no sector do Turismo. Os europeus representam uma proporção muito pequena dos turistas que vêm para o Sudeste Asiático. Os turistas chineses viriam em grande número, se lhes fosse permitido. Além disso, são eles que mais gastam quando comparados com outros grupos de visitantes. Assim, o impacto do regresso gradual das pessoas do Ocidente é apenas um factor de recuperação económica. Os turistas europeus são geralmente vistos como visitantes menos gastadores e, por este facto, geram, em termos quantitativos, insuficiente moeda estrangeira.

Em geral, a paragem repentina dos turistas chineses que viajavam pela região teve um impacto considerável na economia asiática e não apenas no sector do Turismo. A escassez de produtos e componentes e a fraca procura chinesa, combinada com a pandemia, levaram a um crescimento negativo na Ásia Oriental em 2020. As previsões para as viagens em 2021 são encorajadoras, com um regresso a um crescimento positivo, mesmo que não atinja os níveis pré-pandémicos: espera-se um aumento de 4% nos números do Turismo nas Filipinas e na Malásia. Cerca de 2,5% no Vietname e apenas 1% de crescimento na Tailândia.

19 Outubro 2021