O sector do Turismo critica a "multiplicidade de regras" na U.E.

O sector do Turismo critica a "multiplicidade de regras" na U.E.

Oito associações de Viagens e Turismo na Europa (*) criticam fortemente “a multiplicidade de regras” que são impostas por muitos países e voltaram a exigir ao Conselho Europeu maior coordenação dos Estados-Membros da UE para viajar com segurança na Primavera e “salvar o Verão”..
 
Reiteram que, "Tanto os passageiros quanto as empresas precisam de uma estrutura europeia estável e coerente para reiniciar as viagens, e preparar com segurança a Primavera", afirmaram estas associações em comunicado conjunto divulgado esta semana. Estas organizações lamentam sobretudo que as autoridades nacionais tenham ignorado as recomendações do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, que em Dezembro passado estabeleceram que o Certificado Digital COVID da UE seria válido por nove meses sem a vacina de reforço.
 
No entanto, vários países, incluindo a França , Itália , Dinamarca e Malta, decidiram encurtar a validade dos passes de vacinação para uso nacional para sete ou três meses e vários estados também têm exigido testes adicionais a viajantes vacinados.
 
Confessam estas entidades estarem, “muito preocupadas com este novo mosaico de regras emergente em toda a Europa”, e defendem mais firmeza por parte da Comissão na fixação da validade do certificado COVID em nove meses. Criticaram também que vários Estados-Membros da UE continuem a agir "unilateralmente", adoptando prazos de validade diferenciados, bem como regras diversificadas em relação a crianças e jovens menores de 18 anos. Esta inconsistência nas restrições de viagem na UE afecta directamente os passageiros individuais e as empresas, nas reservas de viagens e férias a realizar no curto prazo.
 
As associações lembram que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para reduzir a transmissão da COVID-19 aconselha evitar grandes aglomerações públicas ou privadas, uso prolongado de máscaras, contacto reduzido entre grupos de pessoas em eventos sociais ou ambientes de trabalho, teletrabalho e relações reduzidas entre diferentes famílias, mas não incluiu restrições de viagem.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também destacou o fracasso das restrições de viagem na limitação da disseminação internacional da variante ómicron, tendo constatado a "ineficácia de tais medidas ao longo do tempo".
 
As associações criticam que a importância do certificado COVID seja distorcida quando são necessários testes adicionais à vacinação. Também alertam que restrições de viagem descoordenadas em toda a UE põem em risco o objectivo inicial do certificado COVID de promover a liberdade de circulação com segurança em todo o continente e, portanto, insistem que as autoridades não se desviem da abordagem determinada pelas instituições comunitárias.
 
Terminam lembrando que o sector das Viagens e Turismo sofreram muito em termos económicos com a pandemia, e que continuarão nos próximos anos. “Agora, mais do que nunca, é necessária maior coordenação entre os governos para fornecer regras claras, seguras e consistentes para permitam maior confiança aos viajantes, salvar a época de Verão e, finalmente, garantir a recuperação económica”.
 
(*) Associações signatárias da declaração são: Airlines for Europe ( A4E ), Airports Council International ( ACI ), Association of International Cruise Lines ( CLA Europe ), European Associations of Travel Agencies and Tour Operators ( ECTAA ), European Association of Regional Airlines ( ERA ), European Tourism Association ( ETOA ), European Travel Trade Confederation ( ETRC ) e a associação de agências online e GDS ( EUTravelTech ).

28 Janeiro 2022