Medidas de viagem sustentáveis para melhorar as férias e o planeta
Nos últimos dez anos, o número de passageiros de cruzeiro aumentou de 15,5 milhões para 25,3 milhões, sem que estas cidades flutuantes deixassem de funcionar com fuelóleo pesado, rico em dióxido de enxofre. Entre as opções para diminuir a poluição, encontra-se a exigência aos armadores para equiparem os seus navios com filtros de partículas, mas também para baixar o teor de enxofre do seu combustível (o que, a propósito, os colocaria em conformidade com a actual regulamentação europeia) ou simplesmente proibir o uso do fuelóleo pesado, como foi decretado pela Islândia nas suas águas territoriais a partir 1 de Janeiro de 2020.
Quanto ao tráfego aéreo, o problema torna-se uma questão ainda mais aguda para gerir devido à diminuição do tráfego devido à pandemia e aos apoios dados pelos governos às companhias aéreas. Tal como a França e a Alemanha, que muito recentemente tomaram a primeira medida ao substituir as rotas aéreas de pequeno curso por soluções menos intensivas em carbono. Em complemento, as taxas de carbono fazem parte da solução que será activada mais rapidamente em muitos países. Nos Estados Unidos, alguns estados já impõem impostos sobre os bilhetes de avião. Mas na UE, é impossível chegar a um consenso sobre os impostos a aplicar sobre o combustível ou sobre os tarifas aéreas.
Exemplos de soluções e políticas restritivas
As restrições são a opção desde 2017 do arquipélago das Baleares, ao adoptar legislação muito rigorosa face ao aumento descontrolado dos alugueres turísticos. Não foi nada fácil ao governo estabelecer um limite à capacidade de alojamento, bem como iniciar um processo de retirar à oferta de 5439 camas turísticas, com o objectivo de a longo prazo, chegar a uma redução de 120.000 camas (de um total actual estimado de 431.000 camas). O objectivo estratégico passa pela diminuição da sazonalidade distribuindo a procura ao longo do ano, deixando de ser concentrada na época alta de Verão.
A mesma estratégia foi seguida pela área Norte da Islândia, apanhada pela aura repentina que proporcionou ao mundo as filmagens nas suas esplêndidas paisagens mostradas na série "Guerra dos Tronos". Menos exigente que as Ilhas Baleares, a sua legislação prevê no entanto certas condições de acesso aos alojamentos do tipo Airbnb: pagamento de impostos às comunidades locais, um limite máximo para a duração da estada média e a fixação de um rendimento bruto anual aos proprietários.
Proibir o turismo de excessos que prejudicam os destinos turísticos, as férias dos turistas e fazem diminuir a prazo a procura.
Decididamente, as Ilhas Baleares ficarão nos anais da história como estando na vanguarda da inovação na luta contra os absurdos do turismo contemporâneo. Em Fevereiro de 2020, o governo aprovou um decreto que restringe o uso de álcool nos restaurantes, bem como no espaço público. "Uma forma de lutar contra certas práticas desviantes" que a cidade de Amesterdão também está a tentar combater (note-se que por 15 a 25 euros de transporte aéreo de ida e volta, jovens ingleses viajam aos fins de semana para esta cidade). Assiste-se cada vez mais em alguns destinos turísticos a consumos exagerados de álcool em indivíduos cada vez mais jovens, com idades inferiores a 14 anos.
Sem cair no exagero e numa "lógica punitiva", a nova presidente da câmara da cidade de Amesterdão, Femke Haselma, decidiu proibir as famosas "bicicletas de cerveja" nos canais. Tal como nas Ilhas Baleares, o consumo de álcool é agora também proibido no "Porto de Amesterdão".
Estas diferentes medidas de viagens sustentáveis fazem parte de um desejo de diminuição da lógica de festas de turismo de massas, onde tudo é permitido, e que adquiriu uma importância e mobilização consideráveis com a generalização das convocatórias através das redes sociais nos destinos de férias. Se os adolescentes de todo o mundo vão ou não desistir facilmente das suas festas em Amesterdão e noutros destinos turísticos, só o futuro o dirá.
28 Mai 2021