EUA e Canadá: Restrições nas fronteiras até quando?

EUA e Canadá: Restrições nas fronteiras até quando?

Enquanto os EUA mantêm as suas fronteiras fechadas aos europeus e não cedem a pressões, o Canadá também não pretende abrir as suas fronteiras para viagens internacionais ou até para o seu vizinho, os Estados Unidos.

No Canadá subsistem dúvidas de que a situação será mudada no dia 21 de Julho, depois de no passado dia 5 de Julho, os cidadãos do Canadá e residentes permanentes que foram vacinados com as duas doses contra a Covid-19 terem deixado de ter necessidade de realizar uma quarentena de 14 dias ao entrar no país e de permanecer num hotel aprovado pelo governo nos primeiros três dias após entrada no país. Estima-se que os próximos passos no sentido da abertura, sejam comedidos e lentos, com o governo a decretar nas próximas semanas as medidas que serão aplicadas aos viajantes internacionais totalmente imunizados.

Também os seus vizinhos fronteiriços, EUA não têm pressa em reabrir a fronteira com o Canadá e mantém as suas fronteiras fechadas aos europeus não cedendo às pressões. A Casa Branca deixou claro na sexta-feira que não tem pressa em abrir as suas fronteiras aos viajantes da Europa ou da China, apesar do aumento das taxas de vacinação nessas regiões, uma decisão que frustrou muitos sectores económicos nos Estados Unidos, especialmente o Turismo e a Aviação Comercial. As restrições custam 1,5 mil milhões de dólares por semana apenas com base nas receitas com origem no Canadá, Reino Unido e União Europeia.

Enquanto os EUA permitem a entrada de viajantes do resto do continente americano - excepto do Brasil -, os turistas europeus e chineses ainda não conseguem entrar no país. Apesar da pressão exercida por múltiplos sectores económicos, ou até pelo facto de áreas como a União Europeia já terem aberto seus países aos americanos, os EUA resistem à reciprocidade. Numa entrevista colectiva, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, na sexta-feira reconheceu a "frustração" doméstica e internacional, mas insistiu que a prioridade do governo de Joe Biden é proteger a saúde dos americanos contra o vírus e suas mutações. "É claro que queremos que as famílias se reúnam, e as pessoas possam viajar de novo, mas não nos comprometemos em termos de prazos".

Actualmente, as restrições afectam os 26 estados europeus do espaço Schengen, além do Reino Unido, Irlanda, Brasil, China, Irão, África do Sul e Índia.

Com o início da pandemia, no início de 2020, o então presidente norte-americano Donald Trump vetou indefinidamente a entrada no país de alguns dos viajantes dessas áreas, mas dois dias antes de deixar a Casa Branca suspendeu as restrições. O novo presidente Biden, voltou a impor medidas restritivas assim que chegou ao poder e alargou-as à África do Sul e Índia, que não estavam na lista de Trump.

Nas últimas semanas, na ausência de avanços no levantamento das restrições, o governo de Biden sofreu maior pressão por parte dos sector das Viagens e Turismo bem como do Congresso cujos representantes afirmam que as economias dos seus estados estão a sofrer fortes impactos negativos. Especificamente, um grupo de 75 congressistas democratas e republicanos que enviaram uma carta ao presidente, pedindo-lhe para suspender o veto, especialmente para os viajantes com origem no Canadá e no Reino Unido.

Esta semana, um grupo liderado pela US Travel Association que reúne hotéis, casinos e companhias aéreas, pediu à Casa Branca para levantar as restrições às viagens antes de 15 de Julho devido ao impacto que estão a ter na economia. De acordo com dados desta entidade, as restrições custam semanalmente o valor atrás referido, com consequências no emprego em 10.000 pessoas.

International Air Transport Association (IATA), que reúne 290 companhias aéreas a nível mundial e concentra mais de 80% do tráfego aéreo mundial, também tem pedido repetidamente a Biden para abrir as fronteiras, especialmente aos países que apresentam menor risco.

13 Julho 2021