“Era muito bom que o próximo Governo fosse o Governo das Empresas e do crescimento económico”
A CTP promoveu ontem, dia 11 de Janeiro, uma reunião com António Costa, secretário-geral do Partido Socialista, para descobrir as propostas e prioridades do PS em relação ao turismo.
Francisco Calheiros, Presidente da CTP, no seu discurso, indicou oito preocupações ao atual Primeiro Ministro e candidato às próximas eleições legislativas, iniciando de imediato pela estabilidade que, para as empresas, “é um bem que não tem valor”. E acrescentou “É fundamental haver estabilidade, previsibilidade, saber aquilo com que podemos contar”, rematando que “era bom ter uma ideia do que o PS fará e se vamos ter uma reedição da geringonça”.
De seguida, a CTP quis conhecer o modelo económico que o PS irá adoptar se for eleito: “vamos ter um modelo virado para a criação de riqueza, e não para a distribuição da riqueza, antes mesmo de esta ser criada?”
A terceira preocupação e questão da CTP foi acerca da reforma do Estado pois “não podemos continuar a engordar a máquina do Estado, temos que ter um Estado mais leve, mais eficiente e mais rápido”.
Francisco Calheiros demonstrou ainda a sua preocupação com as medidas de apoio às empresas, fazendo a ressalva que o sector do Turismo, em 2020, registou uma queda de 63%, em 2021 a quebra foi de 44% e, para 2022, as previsões apontam para uma descida de 22%, comparativamente com 2019. Francisco Calheiros admitiu que, no início o Governo esteve “muito bem” nos apoios às empresas mas que, passados quase dois anos, estes estão “practicamente esgotados”. Neste sentido, exigiu saber o que está previsto se feito a este nível e quando serão anunciadas as medidas de capitalização das empresas.
Questionou ainda qual o montante que o PS tem reservado para o turismo no PT2030. Indicou que “Recebemos o folheto do PS e não vemos muitas medidas para a economia”, sublinhamos que “era muito bom que o próximo governo fosse o governo da economia, das empresas e do crescimento económico”.
A questão fiscal e os custos de contexto foram outras das preocupações apresentadas pela CTP, que frisou que “a carga fiscal em Portugal é elevadíssima e temos custos de contexto imprevisíveis muito relevantes”.
Francisco Calheiros perguntou ainda acerca da legislação laboral, querendo saber se o partido irá estabilizar o código de trabalho ou persistir na sua alteração, alegando que “Somos muito apologistas da valorização dos jovens e da retenção dos jovens talentos e nada disto foi discutido na concertação social”
Mostrou-se igualmente preocupado com a promoção e recordou que 2017, 2018 e 2019 foram “excelentes anos de turismo” e o que o problema foi não se falar de promoção, indicando que “os países nossos concorrentes estão a fazer grandes investimentos na promoção”.
Por último, Francisco Calheiros trouxe, uma vez mais, a debate a situação do aeroporto, que qualificou como “uma vergonha”. “Este governo tinha um objetivo para atingir em 2027, que ainda o quer cumprir; sejamos realistas, se não houver novo aeroporto de Lisboa, não há qualquer hipótese de se atingirem esses objetivos”.
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12 Janeiro 2022