Comissão Europeia e as “previsões de Inverno”
A economia portuguesa contraiu-se acentuadamente em 2020 como a propagação da pandemia da COVID-19 levou a um severo impacto a todos os níveis quer sociais quer nas actividades empresariais, com especial incidência particularmente forte no sector hoteleiro do país. Razão pela qual o PIB de Portugal estima-se que tenha diminuído em 7,6% em 2020.
Com a introdução de mais um confinamento em meados de Janeiro de 2021, é previsível que o PIB projectado venha a cair novamente no primeiro trimestre deste ano,
antes de começar a recuperar a partir do segundo trimestre do ano, com alguma evolução nos meses de Verão. Isto implica existirem expectativas para uma notável recuperação do turismo no Verão, em particular em viagens intracomunitárias, e uma recuperação posterior mais gradual. No entanto, o sector do turismo prevê permanecer um pouco abaixo do seu nível pré-crise até ao fim do período desta previsão.
Em termos anuais, prevê-se que o PIB cresça 4,1% em 2021 e 4,3% em 2022. Um regresso completo a níveis pré-pandémicos são esperados para o final de 2022 mas os riscos continuam a ser significativos devido à grande dependência do país em relação ao fluxos turísticos externos, que continua a enfrentar incertezas relacionadas com a evolução da pandemia. Por outro lado, as medidas especificadas relacionadas com o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para além do que encontra previsto no OE de 2021, não estão contidas nesta previsão e constituem um risco ascendente.
Ainda neste relatório a CE, melhorou as espectativas em relação à economia espanhola, prevendo que irá liderar o crescimento económico, este ano, entre as principais economias da área do euro. Depois da Espanha (5,6%) estão a França (5,5%), Itália (3,4%), Alemanha (3,2%) e Holanda (1,8%), o que poderá beneficiar Portugal porque no topo do crescimento estão três dos quatro maiores parceiros comerciais de Portugal. Uma melhoria que Bruxelas atribui, em grande medida, à possível recuperação do turismo a partir do Verão. Espanha será reactivada a partir do segundo trimestre do ano, esperando-se os resultados irão aparecer com mais expressão no segundo semestre, quando se registar uma “suave recuperação” do turismo internacional, o que beneficiaria especialmente a Espanha e impulsionaria a sua economia em 2022.
Note-se que estas previsões não contemplam o eventual efeito que os fundos europeus terão devido à incerteza sobre quando poderão começar a ser executados. O seu impacto no crescimento da EU poderá apontar para vários pontos percentuais segundo previsões dos analistas.
Ainda segundo Bruxelas, "As economias da UE e da zona do euro devem ainda sofrer uma contracção no primeiro trimestre de 2021. O crescimento económico será retomado na Primavera e ganhará impulso no Verão, à medida que os programas de vacinação avançam e as medidas de contenção vão diminuindo gradualmente”. No entanto, a ensombrar as expectativas está o controlo das novas estirpes poderão alterar estes cenários.
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12 Fevereiro 2021