As Viagens e Turismo na Europa: crescimento da retoma no segundo semestre de 2021
A actividade das Viagens e Turismo na Europa prevê criar algum ímpeto nos meses de pico do Verão devido à gradual flexibilização das restrições, ao aumento da vacinação e à recente reabertura da UE a mais países terceiros e aos viajantes do estrangeiro totalmente vacinados. Espera-se que a procura de viagens aumente consideravelmente na segunda metade de 2021, embora as chegadas internacionais continuem 49% abaixo dos níveis pré-pandémicos em 2021. Isto, de acordo com o último relatório trimestral "European Tourism Trends & Prospects" publicado pela Comissão Europeia de Viagens (ETC).
O relatório assinala que esta época do ano turístico será essencial para o sector, uma vez que a procura de viagens europeias continuou fraca no início de 2021 - as chegadas de turistas internacionais caíram 83% no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período em 2020. Entretanto, os riscos de descida na procura persistem na sequência do surto de infecções da variante Delta da Covid-19 que se mostra mais transmissível, o que pode dar origem ao regresso das restrições de viagem.
O Presidente em exercício da ETC, Luís Araújo, observou: "Tendo em conta o rápido avanço dos programas de vacinação, que reduzem a pressão sobre os sistemas de saúde nacionais e protegem os cidadãos mais vulneráveis, a Europa está agora a gerir melhor os riscos da Covid, tanto para os residentes locais como para os viajantes, que há muito são desejados na Europa. Por conseguinte, acreditamos que poderá ser possível viajar em segurança este Verão. A reabertura é também alimentada pelo forte desejo das pessoas em viajar novamente, e a estas devem ser proporcionadas experiências de viagem seguras e responsáveis. À medida que a Europa se abre, é imperativo que sejam comunicadas aos viajantes mensagens claras e coerentes".
O declínio das chegadas de turistas estrangeiros à Europa continua em 2021
As esperanças de alívio no Verão da situação no sector são elevadas, após um catastrófico início de 2021 no Turismo europeu e que, segundo os últimos dados disponíveis indicam que 3 em cada 5 destinos registaram diminuições superiores a 80% nas chegadas de turistas internacionais. Até agora, a Áustria é o destino que tem sofrido o maior declínio percentual de visitantes. As medidas rigorosas de contenção da Covid-19 acabaram com as expectativas de uma estação turística de Inverno, resultando numa queda de 97% nas chegadas de turistas neste país alpino.
Pelo contrário, a Croácia teve um desempenho significativamente superior ao dos outros destinos europeus, reportando um aumento de 23% na chegada de visitantes. O país liderou a retoma ao dispensar a maioria das restrições à entrada de viajantes internacionais à Covid-19, desde que tivessem sido vacinados, pudessem apresentar um teste negativo, ou tivessem recuperado do vírus.
O Turismo na Europa recuperação ao seu alcance
Espera-se que as viagens intra-europeias reforcem a procura de viagens na segunda metade de 2021, com a melhoria da situação epidemiológica em toda a Europa, permitindo aos governos aliviar as restrições e satisfazer o desejo das pessoas de viajar novamente. As últimas previsões mostram que as viagens intra-europeias representarão 83% das chegadas à Europa em 2021, em comparação com 77% em 2019.
Uma vez que o processo de vacinação tem sido intensificado em toda a Europa, tendo mais de 62% da população adulta da UE recebido pelo menos uma dose de vacina, prevê-se que este Verão a procura de viagens na Europa obtenha alguma retoma. Os dados do ETC mostram que 54% dos europeus inquiridos pretendem reservar uma viagem depois de terem sido vacinados contra a Covid-19.
O Certificado Digital Covid da UE, activo a partir de 1 de Julho, deverá também apoiar os fluxos da procura de viagens que foram reprimidas, bem como a existência de uma poupança para férias e viagens acumulada durante a pandemia.
Caminho acidentado para a recuperação de viagens de longo curso
No entanto, a procura de viagens de longo curso prevê-se que tenha uma recuperação mais lenta, devido às restrições estabelecidas que se estima manterem-se em vigor muito para além do final de 2021. Embora se preveja que as viagens domésticas e intra-europeias regressem aos volumes de 2019 até 2022 e 2023 respectivamente, não é provável que as viagens com origem em mercados de longo curso recuperem até 2025.
Espera-se que o mercado dos EUA dê um contributo mais significativo para o crescimento da procura de viagens a nível europeu nos próximos anos. Os anúncios em Maio de 2021 de abertura aos viajantes americanos vacinados já impulsionaram as viagens transatlânticas para destinos como a Islândia, Croácia e Grécia. De acordo com dados da ForwardKeys, os bilhetes emitidos dos EUA para a Croácia (+0,5%) e Islândia (+22,7%) ultrapassaram os níveis de 2019, enquanto que a Grécia está apenas a 10,9% do seu registo normal em relação a estes viajantes.
Espera-se também que a China dê uma contribuição considerável para o crescimento das viagens europeias durante a próxima década. Apesar de neste momento representar uma proporção menor de chegadas à Europa, uma taxa média de crescimento anual prevista de 12%, durante o período de 2019-30, elevaria as chegadas chinesas para o crescimento global de 4,7% das chegadas aos destinos europeus. No entanto, enquanto o tráfego doméstico na China continua a mostrar uma notável recuperação para níveis pré-pandémicos, as viagens internacionais chinesas permanecem de momento estagnadas.
12 Julho 2021