Aluguer de curta duração na Europa abranda depois de todos os recordes de Verão
Depois de superar desde Janeiro de 2022 os níveis pré-pandémicos de procura, a indústria europeia de aluguer de curta duração começou a perder ritmo no final do período alto da época de Verão: o continente terminou Setembro com 39,2 milhões de dormidas - 1,7% menos do que em 2019, embora ainda 33,9% superiores a 2021 - quando os hóspedes começaram a pensar nas implicações de uma possível recessão económica possa acontecer no continente.
Segundo dados da AirDNA (*), apesar deste declínio na procura, a taxa de ocupação observada na Europa continua forte (61,4%), um aumento de 2,7% em relação ao total de 2019. Os dados disponíveis continuaram a mostrar crescimento em relação a 2021 (+16,1%), mas a não conseguiram regressar aos níveis pré-pandémicos (-9,4% vs. 2019).
Os preços médios diários foram afectados pelo abrandamento do crescimento da procura observado ao longo do mês de Setembro: embora ainda 25,3% acima de 2019, as taxas foram 0,1% mais baixas em relação a 2021, uma vez que as reservas efectuadas foram para as maiores cidades onde se situam unidades de menor dimensão, que normalmente praticam preços mais baixos.
Nove dos 20 maiores países europeus observaram valores positivos na procura em Agosto em relação a 2019, mas este número de países foi reduzido para apenas seis em Setembro: França liderou com +19%, seguida da Alemanha (+16%), Áustria (+15%), Grécia (+14%), Bélgica (+1%) e Itália (+1%). O crescimento da oferta mostrou um crescimento misto entre os 20 primeiros países, com o crescimento mais forte na Noruega (11,2%), França (8,5%), e Polónia (7,7%).
França é o país com melhor desempenho em termos de crescimento da procura e oferta ao longo de 2019
O maior mercado de alugueres de curta duração na Europa regista 66,4% de todos os alugueres de curta duração, mas os valores obtidos situaram-se fora das grandes cidades, com as zonas costeiras a crescerem a um ritmo mais rápido (+2% da quota de mercado em relação a Setembro de 2019). Este resultado deriva de uma mudança no mix da procura, que levou a níveis ocupação mais elevados, nas montanha, zonas costeiras, rurais e cidades de tamanho médio, onde o crescimento da oferta não foi capaz de suplantar com rapidez suficiente, o aumento crescente da procura resultante dos novos padrões de viagem pós-pandemia.
A região de Paris registou a variação anual mais significativa na ocupação neste Verão, na oferta (+24,2%) e na procura (+73,6%); embora em relação ao Verão de 2019, a oferta e a procura na região tenham permanecido 20,8% e 25,9% mais baixas, respectivamente.
37,8% de reservas dos alugueres de curta duração efectuadas por viajantes internacionais no terceiro trimestre de 2022 em França, os britânicos lideraram com 17% das reservas internacionais, seguidos pelos norte americanos (15,4%), e pelos alemães (12,4%), com estes a aumentar a sua quota de mercado quando comparada com os níveis pré-pandémicos (+2,2%).
Diminuição da procura futura provocada por tempos tumultuosos
Enquanto a procura de estadas europeias em Outubro e Novembro está 8% acima dos níveis pré-pandémicos (+24.9% vs. 2021), a incerteza económica agravada pela escassez de energia e a inflação parece estar a afectar a procura de Inverno.
A procura de Dezembro a Março está 15,7% abaixo de 2019, embora 11,7% acima de 2021, numa altura em que as restrições da Ómicron ainda estavam a impedir as viagens no continente. Quando decompomos os dados ao nível de país, apenas três países estão a aumentar a procura em relação a 2021: Áustria (+18,5%), Finlândia (+10,9%), e França (+7,8%).
(*) AirDNA: é a fonte mais fidedigna do mundo para a pesquisa relativa aos alugueres para férias.
Fonte: AIDNA, Europe Market Review: Demand Growth Slows After Record-Breaking Summer
20 Outubro 2022