A procura de viagens de longo curso na Europa dificilmente estabilizará até 2025

A procura de viagens de longo curso na Europa dificilmente estabilizará até 2025

A pandemia e as suas consequências no sector das viagens têm atingido duramente as empresas. Nos próximos anos, porém, espera-se uma recuperação, que terá início na China e nos EUA em 2022. Para a Europa, espera-se que a procura de viagens de longo curso estabilize até 2025/2026; para viagens de negócios, porém, não antes de 2030.

Estes são os resultados do estudo realizado pela Roland Berger: "All Change": How Covid-19 has disrupted the future of long-distance mobility", que examinou os efeitos da COVID-19 neste tipo de viagens de avião, comboio e automóvel. Como parte do estudo, os especialistas realizaram um inquérito em larga escala a 7.000 consumidores, bem como entrevistas a representantes da indústria.

Exigência de ser diferente

Segundo os especialistas, a procura voltará aos níveis pré-crise nos próximos anos, mas será um pouco diferente. As viagens de comboio serão mais populares entre os consumidores, que também irão prestar mais atenção ao ambiente quando viajam, e os viajantes de negócios farão viagens com menos frequência, mas por períodos mais longos de tempo.

De acordo com o inquérito, uma vez levantadas todas as restrições relacionadas com a COVID, são de esperar duas mudanças significativas no futuro. Por um lado, os inquiridos assumem que no futuro realizarão cerca de 20% menos viagens em geral - tanto a título privado como a título profissional. Por outro lado, a procura de viagens de negócios será muito inferior aos níveis pré-Covid-19 (-24% na Europa e nos EUA e -21% na China).

Turismo de negócios particularmente afectado

A mudança para reuniões virtuais levou a um declínio na vontade de viajar entre os viajantes de negócios. Isto mostrou-se particularmente evidente na Europa (44%) e nos EUA (40%). Na China, o cumprimento dos regulamentos e leis (45%) continuam a ser o condicionador mais importante das viagens de negócios, seguido de perto por considerações relacionadas com os custos (43%).

Os especialistas observaram também que as empresas foram forçadas a rever as suas directrizes de viagens de longo curso e a mudar para as tecnologias de comunicação virtual devido à pandemia. A tendência para uma maior consciencialização e eficiência nas viagens de negócios continuará e será particularmente sentida no sector empresarial.

Sustentabilidade na Agenda

A crescente consciência da sustentabilidade entre os consumidores já levou tanto a indústria como os governos a impulsionar a redução das emissões de CO2. As megatendências da mobilidade verde e da sustentabilidade terão um impacto tanto nas viagens privadas como de negócios.

Outra grande tendência será o desenvolvimento de novas formas de mobilidade, que, no entanto, não terão consequências a curto prazo para a indústria das viagens. Referem-se, por exemplo, a inovações tecnológicas como os veículos autónomos.

Novo Normal Europeu em 2025?

Os peritos assumem em geral que o "novo normal", com o levantamento de todas as restrições relacionadas com a pandemia, virá em 2024. Impulsionada por um forte crescimento do mercado, esperando-se que a China recupere mais rapidamente até ao início ou meados de 2022. Os EUA seguir-se-ão, ainda no decurso de 2022. Na Europa, a procura de viagens de longo curso não irá provavelmente estabilizar novamente até 2025/26.

Finalmente, foi enfatizado que os intervenientes da indústria terão de olhar para novos segmentos de clientes, repensar os seus modelos empresariais e fazer da sustentabilidade uma parte integrante da sua estratégia empresarial. Diferentes segmentos de clientes irão recuperar a diferentes velocidades. O desenvolvimento de produtos específicos para um só segmento pode, portanto, ser um desastre para as empresas, tanto financeiramente como em termos de competitividade.

10 Dezembro 2021