A nova digitalização inteligente é composta por conectividade de última geração

A nova digitalização inteligente é composta por conectividade de última geração

Quando o mundo continua a preocupar-se com a pandemia, a tecnologia evolui diariamente e os congressos internacionais sobre tecnologia vão dando a conhecer a grande revolução que se aproxima. Retiramos as principais notas do congresso que está a decorrer em Barcelona, o Mobile World Congress (MWC), que após Xangai na China em 2020, este ano decorre na Europa.

Após o primeiro dia deste congresso destacamos as seguintes visões do futuro breve:

A noção global transmitida é que a IA (Inteligência Artificial) vai desenvolver plenamente o seu potencial, introduzindo uma revolução que irá reinventar o nosso futuro. A transformação digital não será algo previsto para uma década mas para semestres ainda nesta década, mas esta grande oportunidade obriga-nos a enfrentar também grandes responsabilidades.

Para tirarmos os benefícios desta transformação digital esta deve ser justa, inclusiva e sustentável, o que irá requerer uma responsabilidade colectiva em relação às gerações futuras. Devemos ter como princípio, difundir os benefícios da digitalização e desta transformação às gerações futuras, mas não deixar ninguém para trás.

Esta transformação não será restrita a redes e a transporte de dados que a IA possibilitará, sendo necessário ter noção que muito em breve quase metade do tráfego da internet não será humano, mas gerado por máquinas que se comunicam entre si, porque esta nova era digital produzirá uma enorme quantidade de dados que podem ser transformados em informação útil se recorrermos à inteligência artificial. Vai-se tornar necessário converter esses dados em conhecimento, pelo que será necessária uma digitalização inteligente, e para tal serão requeridas infra-estruturas digitais de última geração, o que fará crescer a relevância económica do sector das telecomunicações.

Necessidade e urgência de normas regulatórias

Esta revolução será rápida e emergente a cada momento, o que exige que os estados pensem com urgência na necessidade de regulação desta transformação. Procura-se fundos e investimentos para a transição digital, mas ao mesmo tempo será necessária uma regulação exigente que proteja os cidadãos e a sua privacidade, porque estamos perante uma digitalização inteligente, onde coexistem tecnologias como border computing ou edge computinga nuvema cibersegurançaa internet das coisas e o big data, às quais acresce o 5G.

Os grandes desafios para além da transformação digital, dos investimentos e necessidade de regulação, e que fará parte do ingrediente principal da competitividade das economias estará no ensino e formação. Com que rapidez os estados irão promover mudanças no ensino de modo a adequar ou reciclar conhecimentos e postos de trabalho em tão curto espaço de tempo?

Países como a Alemanha e o Reino Unido no seu todo já anteviram esta mudança e iniciaram o processo a partir de 2015. Estes países já adequaram milhões de postos de trabalho e a própria Alemanha espera já para 2024 um saldo positivo entre perda de postos de trabalho e novo emprego digital. Será necessário um acordo europeu para a digitalização das economias para gerir a transição digital com valores e voltado para as pessoas, de forma justa, inclusiva e sustentável, possibilitando que a era digital também possa actuar como espinha dorsal do desenvolvimento equilibrado entre regiões da UE.

É nossa responsabilidade colectiva para com as gerações futuras disseminar os benefícios da digitalização e garantir que não exista desigualdade de oportunidades, sendo este o principal desafio que enfrentamos. Combinar o potencial de digitalização e conectividade com os direitos individuais é fundamental para o tratamento e gestão de dados, que nesta revolução irá tornar-se num factor de produção totalmente novo devido às informações sensíveis que contêm.

Por isso, mostra-se urgente uma regulação forte porque a nossa privacidade e nossos dados individuais fazem parte da nossa dignidade. Temos o direito de saber quem os irá usar e de que modo, quanto valem e quem beneficia com o seu valor.

29 Junho 2021